18 de nov. de 2012

Justiça e Livre Arbítrio


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12 – Os discípulos disseram a Jesus: sabemos que te apartarás de nós. Quem será aquele que nos vai chefiar? Jesus disse-lhes: No presente estágio, dirigi-vos a Tiago, o Justo para que os assuntos do céu e da terra incorporem-se no ser.

O apóstolo Tiago (em hebraico Jacob) é, no Evangelho, cognominado o Justo; foi, depois da ascensão do Mestre, chefe espiritual da cristandade de Jerusalém, onde morreu mártir.

A este discípulo recomenda Jesus os outros discípulos, após a sua partida, porque “ele está ao par das coisas do céu e da terra”, isto é, das coisas necessárias ao homem nesta vida terrestre. À primeira vista causa estranheza que o Mestre não tenha mandado seus discípulos ter com Tomé, que, logo no próximo capítulo 13, aparece como mais esotérico-místico de todos os discípulos. Nem Pedro, nem João, o “discípulo amado” são mencionados por Jesus, porque, nesta ocasião, necessitavam eles mais de alguém que os guiasse nas coisas da vida presente, como indicam as palavras “no ponto onde estais”.

Aliás, todo o Evangelho copta, encontrado no Egito, se move numa dimensão transcendental, diferente dos quatro Evangelhos chamados “canônicos”; nem mesmo Pedro goza da primazia de que os outros evangelhos o revestem. O Evangelho de Tomé reveste um caráter totalmente espiritual, extra-terreno. Sendo que Tomé, segundo a tradição, demandou a longínqua Índia, depois da ascensão de Jesus, não foi o seu evangelho atingido pelo espírito dos outros, discutidos, mais tarde, pelas autoridades hierárquicas. O Evangelho de Tomé revela um caráter anterior à teologização dos outros Evangelhos, conservando um espírito puramente místico, que lembra os três primeiros séculos do cristianismo.

 

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