14 de jan. de 2013

Religiões



"Ser ou não ser, eis a questão" Hamlet

 
38 - Disse Jesus: muitas vezes desejastes ouvir estas palavras que eu vos digo, e não tivestes a quem mais recorrer para ouvi-las. Haverá dias em que me procurareis e não me achareis.


Milhares de homens de boa vontade, homens altruístas, homens virtuosos, andam em busca do Cristo – e não o acham.

Por que não?

Por mais estranho que pareça, ninguém pode achar o Cristo, ninguém pode achar Deus.

Deus, porém, pode achar o homem, suposto que o homem se torne achável.

É esta a mais paradoxal de todas as verdades: o homem deve fazer todo o possível para achar Deus; deve pensar, deve orar, deve trabalhar, deve sofrer – e, no fim de tudo isto, convencer-se dolorosamente que não achou Deus.

Se Deus fosse um fato, poderia o homem achá-lo – mas Deus não é um fato, nem o maior dos fatos – Deus é a Realidade.

E a Realidade não é algo que o homem possa achar – a Realidade só pode achar o homem, se ele consentir em ser achado.

Infelizmente, porém, raros são os homens que permitem ser achados pela Realidade. Poucos homens permitem ser achados por Deus.

Por que?

Porque, para que o homem seja achado por Deus, deve ele perder-se a si mesmo. Só o homem que voluntariamente se perdeu a si mesmo pode ser achado por Deus.

Mas entre 100 homens, mesmo homens virtuosos, dificilmente há um disposto a se perder a si mesmo, a morrer para seu ego humano, a passar pelo misterioso egocídio – e por isto esses ego-plenos não podem ser teoplenificados. "Deus resiste aos soberbos (aos ego-plenos), mas dá sua graça aos humildes (ego vácuos)!

Infelizmente, muitos homens, embora virtuosos, são ego-plenos, como aquele fariseu no Templo que, apesar da sua virtuosidade ascética e filantrópica, voltou para casa não ajustado com Deus, ele, o ego-ajustado, ele o teo-desajustado. O único caminho que conduz a Deus é o total ego esvaziamento.

Quem foi encontrado por Deus ou pelo Cristo em plena ego-vacuidade, nunca mais o perderá. Mas, quem procura Deus ou o Cristo em ego-plenitude, mesmo na plenitude do ego-virtuoso, não o achará.

Não adianta mentalizar-se como ego superior; é necessário transmentalizar-se, superar o ego, tanto vicioso como virtuoso, e deixar-se invadir por Deus.

Quem não se integrar será desintegrado.
Quem não se esvaziar não será plenificado.
Quem não morrer não nascerá.

 

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