52 - Seus discípulos disseram a ele: Vinte e quatro profetas falaram em
Israel e todos eles falaram de ti. Disse-lhes ele: rejeitai o vivo que
está à vossa frente e falais dos mortos.
É exatamente isto que está acontecendo há quase 2.000 anos no cristianismo: os teólogos revolvem velhos manuscritos e apelam para homens mortos, a ver se descobrem o Deus vivo. Se encontram Deus nos escritos dos mortos, acham que o encontraram de verdade, e fabricam teologias e dogmas sobre esse Deus do passado. Mas será que Deus só é o Deus do passado e o Deus dos mortos? Será que Deus não é também o Deus do presente e o Deus dos vivos? Será que Deus não está presente em cada um de nós? Se Deus é um Deus onipresente e oni-vivente, porque não seria possível encontrá-lo aqui e agora? Por que somente crença num Deus longínquo – e não experiência num Deus propínquo? Por que Deus se teria revelado a Abraão, Isaac e Jacob – e não a Mahatma Gandhi, Albert Schweitzer e outros homens de nosso século?
A teologia chegou ao cúmulo do absurdo de codificar que a revelação de Deus começou com Abraão, cerca de 2.000 anos antes de Cristo, e terminou com João, cerca de 100 anos depois de Cristo. Quer dizer, Deus teria aberto o expediente das suas revelações apenas durante 2.100 anos, e depois o teria fechado para todo o sempre – por que? – Será que esgotou o repertório das suas revelações e nada mais tem que acrescentar? Ou será que não existe mais um homem capaz de receber revelação divina?
Além disto, Deus teria revelado somente a um pequeno povo de Israel, que não perfaz e nunca perfez um por cento da humanidade. Esqueceu-se de sumérios, assírios, babilônios, persas, gregos, egípcios, hindus, germanos, romanos, etc – isto é, esqueceu-se de mais de 90% da humanidade.
“Se o Deus da nossa teologia existe, escreve o historiador britânico Arnold Toynbee, então é ele o maior dos monstros”.
Deus se revela através de cada homem capaz de ouvir a voz dele. E tem havido através de todos os tempos e em todos os povos homens capazes de ouvirem a voz de Deus. Na vida de Mahatma Gandhi não há menos verdades inspiradas do que nos livros dos profetas de Israel.
Por que renegamos o Deus dos vivos e andamos em busca do Deus dos mortos? Não está Deus além da vida e da morte?
Nos últimos tempos, uma parte da humanidade está descobrindo Deus aqui e agora, dentro da própria alma, através da verdadeira meditação.
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