32 - Disse Jesus: uma cidade que é construída no alto de uma montanha, sendo
fortificada, não pode cair, porém não pode jamais ser escondida.
Além de ser inexpugnável uma cidade contruída no cume de um monte, ela é visível de todos os lados à grande distância.
O simbolizado espiritual desse símbolo material é o caráter do homem que atingiu o cume da sua natureza e lá edificou a sua fortaleza: Sobre o seu Eu divino, inexpugnável pelas hostes do seu ego humano ou de outras potências inferiores. As potências do inferno jamais prevalecerão contra esse homem.
Esse homem também não pode permanecer oculto por muito tempo. Ele é como uma luz no alto do candelabro que ilumina a todos que entram em sua casa, que dele se aproximam.
Esta notoriedade do homem espiritual nada tem que ver com vaidades de publicidade, que caracterizam o homem profano. As palavras tantas vezes repetidas por Jesus “nada é oculto que não seja manifestado” se referem ao íntimo caráter das leis cósmicas, que, cedo ou tarde, fazem conhecidas as coisas mais espirituais.
Em pleno século XX temos exemplo disto: quem viveu mais oculto do que Ramakrishna e Maharishi? E agora o mundo inteiro está inundado de livros sobre estes místicos anônimos.
Mahatma Gandhi e Albert Schweitzer fizeram o possível para desaparecerem no anonimato – e hoje são nomes de projeção internacional.
Os verdadeiros valores serão manifestados pela própria natureza da alma do Universo, invisível como átomo e visível como o cosmos.
Em nossos dias, grandes empreendimentos espirituais nasceram gloriosamente e morreram ingloriamente, porque seus protagonistas cometeram o erro anticósmico de porem à frente de suas obras a pessoa e vaidade do seu ego. É impossível subornar as leis cósmicas. Por mais bem camuflada que seja a tentativa de suborno ou de contrabando, a obra vai ser destruída quando baseada em motivos egoístas. As leis cósmicas, que são as leis de Deus, não colaboram com nenhuma espécie de egoísmo, ganância, ambição, vaidade, personalismo, etc. E, se Deus é contra nós, não adianta dinheiro nem prestígio político.
A fim de garantir a perpetuidade de um empreendimento espiritual deve o homem edificar a sua fortaleza no cume do monte sagrado do seu Eu divino, e não nas baixadas do seu ego humano.
Sankarachaya - Atman Ahatkam
Não sou ego nem razão, nem sou mente ou pensamento Não posso ser ouvido ou vertido em palavras, nem pelo odor ou visão jamais ser captado :
Sou a consciência e a felicidade encarnada, sou a Bem-aventurança do Bem-aventurado Não sou encontrado nem na luz, nem no vento, nem na terra, nem no céu
Não tenho nome, não tenho vida, não respiro o sopro vital, Nenhum elemento me conformou, nenhuma veste corpórea é minha morada:
Não tenho fala, nem mãos, nem pés, nem meios de evolução Sou a consciência e a felicidade, e a Bem-aventurança em extinção.
Deixo de lado ódio e paixão, vencí a ilusão e a cobiça; Nenhum toque de orgulho me acaricia; assim, a inveja nunca é criada; Além de todas as crenças, passada a influência da riqueza, da liberdade e do desejo, Sou a consciência e a felicidade, e a Bem-aventurança é o meu ornamento.
Virtude e vício, ou prazer e dor não são a minha herança, Nem textos sagrados, nem oferendas, nem oração, nem peregrinação; Não sou comida, nem alimentação, nem sou aquele que come Sou a consciência e a felicidade encarnadas, Sou a Bem-aventurança do Bem-aventurado
Não tenho medo da morte, nem me dividem abismos de raça, Nenhum Pai jamais me chamou de filho, nenhum vínculo de nascimento jamais me enlaçou; Não sou discípúlo nem mestre, não tenho parente nem amigo Sou a consciência e a felicidade, e imergir na Bem-aventurança é o meu fim.
Não sou nem cognoscível, nem conhecimento ou cognoscente; ser informe é a minha forma, Resido dentro dos sentidos, mas eles não são o meu lar : Para sempre serenamente equilibrado, não estou livre nem atado Sou a consciência e a felicidade, é na Bem-aventurança que sou encontrado !
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