30 de jan. de 2013

Igualdade


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55 - Disse Jesus: Quem não odiar seu pai e sua mãe não pode ser meu discípulo. Quem não odiar seus irmãos e suas irmãs não é digno de mim.

Estas palavras drásticas também se encontram nos outros Evangelhos, e, através de séculos, têm escandalizado muitos.

Quem lê estas palavras e as interpreta à luz do ego humano, como acontece geralmente, revolta-se e acha impossível que Jesus tenha dito isto, ele que tanto insiste em amar o próximo como a nós mesmos.

Mas, quando alguém compreende estas palavras de uma perspectiva superior, compreende-as e concorda com elas. Compreende a sua alma, e não se limita ao corpo delas. Compreende até a expressão mais drástica ainda: “Quem não odiar a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”.

O Mestre manda que o homem renuncie a tudo que tem para poder ser seu discípulo. Todo o ter nos escraviza, somente o ser nos liberta.

Em todas essas expressões há um paralelismo entre as ilusões que o homem tem e a verdade que o homem é. Mesmo pai, mãe e irmão são creacões do ego humano, que nos podem escravizar, e nada têm que ver com a verdade do nosso Eu divino que nos liberta. Todo o parentesco carnal é ilusório, somente a afinidade espiritual é verdadeira. Quem não odiar o erro não pode amar a verdade.

Mas, como o homem profano nada sabe da verdade, não pode compreender a linguagem dos iniciados. Podemos amar os egos por amor ao Eu, que é a fonte deles, mas não podemos amar o ego por amor ao ego; porque o ego é uma ilusão e ninguém deve amar uma ilusão.

Nos outros Evangelhos se lê: “Quem amar seus pais e irmãos mais do que a mim não é digno de mim”, estabelecendo o paralelo entre o mundo do ego humano e do Eu divino.

Para que o homem possa concordar com certas palavras veementes do Cristo, deve ele assumir a mesma perspectiva em que Cristo estava – e tudo lhe será evidente.

 

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