50 - Disse Jesus: se vocês disserem qual a vossa origem, dizei-lhes: viemos da Luz, de onde a Luz se originou dela mesma. Ela permaneceu e revelou-se a si mesmo em sua imagem. Se vos disserem quem sois vós, dizei-lhes: somos seus filhos e somos eleitos do Pai Vivo. Se vos perguntarem qual é o sinal do vosso Pai em vós, respondei-lhes: é o movimento e o repouso.
A luz é a origem de todas as coisas. Isto disse Moisés, numa grandiosa intuição cósmica: No primeiro AEOM Deus creou a luz. Isto escreveu Einstein, no auge das suas análises matemáticas e da sua intuição espiritual.
Tudo é lucigênito – tudo pode ser lucificado.
O que vale na física vale também na metafísica. Em sentido simbólico, a Divindade é luz. E a mais alta emanação da luz divina é o Cristo. Nós também somos emanações da luz divina, embora a nossa luz esteja ainda debaixo do velador do corpo material. Somos lucigênitos – e podemos lucificar-nos. Pela creação divina somos lucigênitos. Pela creatividadde humana podemos lucificar-nos.
O egresso é luz.
O regresso será luz, se o ingresso for luz.
A lucigenitura é de Deus.
A lucificação é do homem.
Entre o egresso e o regresso decorre o ciclo evolutivo do ingresso. É esta a razão de ser da encarnação terrestre do homem.
Somos repouso e movimento – simultaneamente.
Que palavras paradoxais!
Que verdade sublime!
O homem integral, entre o egresso e o regresso, é repouso e movimento, porque é o Ser e o Agir, o Eu e o ego.
Dai-me um ponto fixo, disse Arquimedes, e eu terei poder sobre todo o Universo.
Dai-me a consciência do Uno imóvel do meu Ser – e eu terei poder sobre todo o verso movediço do meu agir.
Quando uma roda recebe movimento pelo eixo, as periferias estão em movimento, e em movimento tanto mais rápido quanto maior for a distância entre a periferia e o eixo. Mas no centro do eixo não há movimento algum; há repouso absoluto – e esse repouso é força integral. O 100 da força é o 0 do movimento. A força central se revela em movimento periférico. A força imóvel é energeia isto é ergon (atuação) en (de dentro), atuação interna, energia.
Quando o homem chega ao zênite da sua atuação de dentro, da sua energia, parece ele inativo, sem atuação, quando, na realidade, esse não-agir, como diria Lao-Tse, é a fonte de todo o seu agir – e então o seu agir é correto, porque nasceu do não-agir.
O profano pretende agir pelo agir – e o seu agir é ilusório.
O iniciado, e sobretudo, o realizado, age pelo não-agir – e o seu agir é verdadeiro.
Eu sou repouso no meu ser – e por isto posso ser movimento no meu agir.
Se o ego-agir não nasce do Eu-repouso, é um pseudo-agir.
Agir pelo não agir – é esta a quintessência de toda a sabedoria.
A luz age sem movimento nem ruído. O sol nasce silencioso, e silencioso percorre a imensidade do espaço; silencioso desperta epopéias de vida, beleza e felicidade. O segredo da luz é sua onipotência na aparente impotência do seu repouso e do seu silêncio.
Quanto mais o homem se lucifica, mas ele age pelo silêncio e pelo repouso.
Quando compreenderão os profanos que ruído é fraqueza e silêncio é força? Quando compreenderão eles que silêncio é presença, onipresença, e repouso é plenitude, cosmo-plenitude?
"O Amor Transcende Todo Entendimento" - SÃO PAULO
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