43 - Seus discípulos disseram a ele: quem és tu que dizeis tais coisas a nós? Disse Jesus a eles: pelo que eu vos falo, não sabeis quem sou? Pois vos tornastes como os judeus que amam a árvore, odeiam seu fruto, e amam o fruto mas odeiam a árvore.
É pelos frutos que se conhece a árvore, e é pela árvore que se conhece os frutos. Não é possível conhecer os atos exteriores a não ser pela atitude interna, nem é possível conhecer a atitude a não ser pelos atos. Não se pode conhecer o ego visível senão pelo Eu invisível, e não se pode conhecer o Eu senão pelo ego.
O homem não é um Ser sem um Agir, nem é um Agir sem o Ser.
Para conhecer alguém deve-se tomá-lo em sua totalidade onilateral, e não encará-lo em parte unilateralmente. Somente uma visão integral é que garante uma compreensão real e verdadeira.
Mas, infelizmente, o homem egóico é unilateralmente analítico, e não é onilateralmente intuitivo, como o homem cósmico, e por isto não pode compreender Jesus como o Cristo, senão apenas como o Jesus humano. Os judeus rejeitaram Jesus, porque não viram nele o Cristo divino, mas tão-somente o Jesus humano.
Misticismo ilusório é aquilo que o homem pensa de Deus – mística verdadeira é aquilo que Deus revela ao homem. Mas esta verdade não é pensável nem dizível. O homem ego-pensante nada sabe da verdade; somente sabe da verdade o homem cosmo-pensado e o homem cosmo-pensante.
A verdade não é do ego-fasciente, que age do aquém para o além; a verdade é do cosmo-feito, que recebe do além para o aquém.
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