24 de set. de 2010

Aquilo que Não tem Nome...

Pergunta: Como encontrastes Deus?

Krishnamurti: Como sabeis, senhor, que eu encontrei Deus? Não riais, senhores. Esta pergunta é muito séria. Senhor, Deus pode ser conhecido? Deus pode ser achado? Prestai atenção, por favor. Deus é uma coisa que anda perdida e que temos de achar? Pode-se reconhecer aquela Realidade, aquele Deus? Se podeis reconhecê-la, então já tendes conhecimento dela; e se já tendes conhecimento dela, não é coisa nova. Se sois capaz de conhecer (experience) Deus, a Verdade, essa experiência é gerada pelo passado, e por conseguinte já não é a verdade e, sim, meramente, uma “projeção” da memória. A mente é produto do passado, do conhecimento, da experiência, do tempo; a mente pode criar Deus; ela pode dizer: “sei que isto é Deus”, “sei que tive a experiência de Deus”, “sei que há Deus, a voz de Deus me fala”. Mas isso é só memória, - a antiga reação do vosso condicionamento. A mente pode inventar Deus e pode experimentar Deus. A mente que é resultado do conhecido pode “projetar-se” e criar toda a sorte de imagens e visões; tudo isso, porém, se acha na esfera do conhecido. Deus não pode ser conhecido. Ele é totalmente desconhecido. Não pode ser “experimentado”. Se quando não há “experimentador” e não há “experiência”, só então pode a Realidade aparecer. É só quando a mente se acha no “estado do desconhecido” que pode surgir o desconhecido. Só depois de se apagar toda experiência, todo conhecimento, está a mente verdadeiramente tranqüila, silenciosa, e nessa tranqüilidade, que é imensurável, nessa tranqüilidade, nasce Aquilo que não tem nome.

Livro: As Ilusões da Mente (páginas 55, 56)
Autor: J. Krishnamurti

 

  

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