Os astecas acreditavam que viviam sob o sol de Quetzalcoatl, o deus serpente emplumada, deus da criação, da aprendizagem e do vento. O sol se move levado por sua respiração. Quando os guerreiros morrem, suas almas se transformam em raras aves emplumadas e voam para o sol.
Quetzalcoatl era o rei da Cidade dos Deuses. Era totalmente puro, inocente e bom. Nenhuma tarefa era humilde demais para ele. Ele até varria os caminhos para os deuses da chuva, para que eles pudessem chegar a fazer chover.
Seu irmão esperto era Tezcatlipoca, o deus dos guerreiros, do céu noturno e do raio. Seu nome significa "espelho de fumaça" e vem do espelho mágico no qual ele podia ver tudo e ler o pensamento dos outros.
Tezcatlipoca ficava furioso com tanta bondade e perfeição de seu irmão. Com alguns amigos decidiu pregar uma peça em Quetzalcoatl e ransformá-lo em um velhaco preocupado apenas com seu prazer. "Vamos dar a ele um corpo e cabeça humanos", disse. E mostraram a Quetzalcoatl seus novos traços em um espelho de fumaça.
Quando Quetzalcoatl olhou no espelho e viu sua face, foi possuído por todos os desejos terrenos que afligiam a humanidade. Gritou de horror. "Já não posso mais ser rei. Não posso aparecer assim diante do meu povo".
Ele chamou o coiote Xolotl, o deus asteca da estrela da noite; seu nome significa "gêmeo", e muitas vezes ele é chamado de duplo de Quetzalcoatl. O coiote lhe fez um manto de plumas verdes, vermelhas e brancas do pássaro Quetzal. Também fez uma máscara turquesa, uma peruca e uma barba de penas azuis e vermelhas. Pintou de vermelho os lábios do rei, de amarelo sua testa e pintou seus dentes para que parecessem os de uma serpente. E assim Quetzalcoatl ficou disfarçado de serpente emplumada.
Mas Tezcatlipoca tinha pensado em uma nova peça para pregar em seu irmão. Ofereceu-lhe vinho, dizendo que era uma poção para curar seu problema. Quetzalcoatl, que nunca havia bebido álcool antes, ficou bêbado. Quando já estava em estupor, Tezcatlipoca persuadiu-o a fazer amor com sua própria irmã, Quetzalpetatl.
Quando Quetzalcoatl acordou, ficou amargamente envergonhado com o que tinha feito. "Este é um mau dia", disse e resolveu morrer. Quetzalcoatl ordenou a seus servos que fizessem uma caixa de pedra, e ficou dentro dela quatro dias. Depois se levantou e pediu aos servos para encher a caixa com todos os seus maiores tesouros e depois selá-la.
Foi até o mar e lá colocou seu manto de plumas de Quetzal e sua máscara de turquesa. E pôs fogo em si mesmo e queimou até que só restassem cinzas na praia. Dessas cinzas, aves raras se levantaram e voaram para o céu.
Quando Quetzalcoatl morreu, a aurora não se levantou por quatro dias, pois ele tinha descido para a terra dos mortos com seu duplo, Xolotl, para ver seu pai, Mictlantecuhtli. Ele disse a seu pai, o Senhor dos Mortos, "Vim buscar os preciosos ossos que o senhor tem aqui para povoar a Terra".
E o Senhor dos Mortos respondeu: "Está bem".
Quetzalcoatl e Xolotl pegaram os ossos preciosos e voltaram à terra dos vivos. Quando a aurora se levantou outra vez, Quetzalcoatl borrifou seu sangue sobre os ossos e deu-lhes vida. Os ossos se transformaram nas primeiras pessoas.
Quetzalcoatl ensinou à Humanidade muitas coisas importantes. Ele encontrou o milho, que as formigas tinham escondido, e roubou um grão para dar ao povo que tinha criado para que eles pudessem cultivar seu próprio alimento.
Ensinou-lhes a polir o jade, a tecer e a fazer mosaicos. O melhor de tudo, ensinou-lhes a medir o tempo e a entender as estrelas, e distribuiu o curso do ano e das estações.
Finalmente, chegou o tempo de Quetzalcoatl deixar os humanos cuidarem-se de si mesmos. Quando a aurora surgiu, no céu apareceu a estrela Quetzalcoatl, que conhecemos como Vênus. Por essa razão, Quetzalcoatl é conhecido como o Senhor da Aurora. Alguns dizem que Quetzalcoatl partiu para o leste em uma jangada de serpentes e um dia retornará.
Para os maias "kukul" significa sagrado ou divino e "can" significa serpente.
Para alguns pesquisadores este Deus (o mesmo Quetzalcoatl dos astecas) provém da cultura tolteca, para outros provém da cultura olmeca.
Em todo caso sua origem é muito anterior aos maias e esta presente em toda a América Central.
Entre os restos arqueológicos de Chichen Itza se lhe pode observar como uma serpente que desce nos vértices do edifício em forma de colunas de ar durante os dois solstícios. Foi uma deidade rapidamente assimilada pela aristocracia, apesar de que tenha se incorporado ao panteão maia em uma época tardia. Aparece como uma das divindades criadoras sob o nome de Gucumatz, e como deidade dos ventos com o nome de Ehecatl na esteira 19 de Ceibal. Em Chichen Itza foi conhecido como o "Estrela d'Alva".
É a deidade que mais freqüentemente aparece nos manuscritos do Códice de Dresden e outros. Tem o nariz comprido e truncado, como o de um tapir, e nele se encontram todos e cada um dos signos de um deus dos elementos. Caminha sobre a água, maneja tochas ardentes e se senta na árvore cruciforme dos quatro ventos que com tanta freqüência aparece nos mitos americanos. Evidentemente é um deus do cultivo e herói, já que se lhe vê plantando milho, levando ferramentas e continuando uma viagem, feito com que estabelece sua conexão solar.
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O último chefe azteca, Montezuma, usava como enfeite um Toucado de Penas do pássaro Quetzal. Em 1519, ele deu este toucado ao aventureiro espanhol, Cortez, pensando que era Quetzalcoatl que havia retornado (Segundo fontes incertas e tradições orais, uma das representações deste deus é um homem branco, barbado e de olhos claros). Dois anos mais tarde, o espanhol conquistou o seu império.
Link Interessante:: http://iglesiadequetzalcoatl.blogspot.com/ |
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