11 de nov. de 2012

Poder


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7 – Bendito o leão comido pelo homem, porque o leão se torna homem! Maldito o homem comido pelo leão, porque esse homem se torna leão!

O leão simboliza o ego humano, que o apóstolo Pedro, na sua primeira epístola, identifica com o diabo.

Segundo as palavras de Jesus, satanás ou diabo é o ego mental do homem, quando se opõe ao Eu.

Bendito o Eu espiritual quando devora e assimila o ego mental.

Maldito o Eu divino (Self) se se deixa matar e devorar pelo ego humano.

De acordo com todos os livros sacros, sobretudo do Evangelho do Cristo, o homem-Eu não deve mandar embora o homem-ego, mas sim colocá-lo na retaguarda da sua vida (vade retro). O homem espiritual deve servir-se do homem físico-mental-emocional para espiritualizar-se cada vez mais; deve integrar o ego no Eu, o humano no divino, o seu Jesus no seu Cristo.

A Filosofia Oriental diz que o homem deve “comer o mundo”, isto é, aproveitar-se do mundo assimilando-o para sua evolução espiritual; mas ai do homem que se deixa comer pelo mundo.

Para que o homem não seja devorado pelo leão, mas possa devorá-lo, deve ele torna-se tão forte que nenhum leão o possa derrotar.

O homem que vive permanentemente nas profanidades da sociedade não possui força suficiente para triunfar sobre os leões do mundo. Para ser amigo e benfeitor da sociedade, deve o homem isolar-se frequentemente na solidão do seu interior – e terá forças para integrar em si o leão, em vez de ser desintegrado por ele.

Joel Goldsmith, no seu livro “A Arte de Curar pelo Espírito”, diz que, em sua cidade natal, Honolulu, é considerado como homem anti-social, porque não frequenta reuniões sociais, não lê jornal, não tem rádio nem televisão, nem recebe visitas inúteis. E ele responde: “Sou um homem anti-social por amor à sociedade, porque, para poder ajudar a sociedade, devo isolar-me em Deus”. Quem nunca foi solitário em Deus não pode ser solidário com os homens sem perigo de se perder. Só pode viver no mundo de Deus quem aprendeu a viver no Deus do mundo.

10 de nov. de 2012

Atos


 
6 – Perguntaram os discípulos a Jesus: Queres que jejuemos? Como devemos orar? Como dar esmola? E quais os alimentos que devemos tomar?

Respondeu Jesus: Não mintais a vós mesmos, e não façais o que é odioso! Porquanto todas estas coisas são manifestas diante do céu. Não há nada oculto que não seja manifestado, e não há nada velado que, por fim, não seja revelado.

Atos e fatos externos não têm valor em si mesmos. O que vale é unicamente a atitude interna. Praticar atos e realizar fatos objetos que não nasceram de uma boa atitude subjetiva, é mentir e fingir amar o que realmente se odeia. O agir deve ser o efluxo do ser. A vivência ética deve ser o fruto espontâneo da consciência mística.

Que devemos comer?

Há pessoas que dão grande importância à qualidade dos alimentos, ao conteúdo do estômago, como se a qualidade espiritual dependesse da qualidade material dos manjares. No Evangelho de Jesus não se encontra uma única prescrição nem proscrição de alimentos, porque, segundo as suas palavras, “o que de fora entra no homem não o torna impuro, mas sim o que de dentro sai do homem”.

Da mesma forma, Jesus não prescreveu nenhuma fórmula de oração ritual; o chamado “Pai Nosso” não é uma reza ou recitação verbal; é um roteiro espiritual que indica a direção a quem abre a alma rumo ao Infinito. Jesus orava espontaneamente em qualquer lugar: nos montes e desertos, no templo e na sinagoga, entre as dores do Getsêmane e do Gólgota, bem como nas glórias do Tabor. A oração deve ser tão espontânea e natural como a respiração, que acontece ao homem sadio inconscientemente.

Nesta palavra do Evangelho de Tomé, volta o Mestre a frisar que o mundo espiritual é uma Realidade Universal, supra-consciente, e não uma espécie de ocultismo, infra-consciente. As coisas do ego consciente, ou do id sub-consciente, atraem os profanos, mas a Realidade do Eu cosmo-consciente encanta o iniciado, porque é manifesta como a luz solar. A magia mental e o ocultismo infra-mental são como uma noite fria de luar, ao passo que a mística espiritual é semelhante a um dia cálido repleto de luz solar.

9 de nov. de 2012

Visão Espiritual


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5 – Disse Jesus: Conhece o que está ante os teus olhos – e o que te é oculto te será revelado; porque nada é oculto que não seja manifestado.

Aqui se trata de um paralelo entre dois modos de ver: o homem profano vê o que está diante dele, mas não o conhece – ao passo que o iniciado conhece o que não está diante dele. A Realidade não é visível, como as facticidades. A visão puramente empírico-analítica dos sentidos e do intelecto não é conhecimento verdadeiro. O verdadeiro conhecimento é uma intuição, ou intro-visão, uma visão de dentro da Realidade, e não uma visão externa, uma extra-visão ou pseudo-visão de facticidades ilusórias. Quando a ex-tuição do profano é substituída pela in-tuição do iniciado, então o homem sabe e saboreia a alma do Universo, que é a Realidade, e a alma do seu próprio ser.

Quem nunca passou da extra-visão ilusória para a intro-visão verdadeira, nada sabe da verdade; e quem não está na verdade não está liberto da ilusão.
Verdade, liberdade, felicidade – estas três são uma só.

 

8 de nov. de 2012

Nascimento


 
 4 – Jesus disse: O homem idoso perguntará, nos seus dias, a uma criança de sete dias pelo lugar da vida – e ele viverá. Porque muitos primeiros serão últimos, e serão unificados.

Uma criança saiu da Vida Universal e entrou no vivo Individual. Um ancião está prestes a sair do vivo e voltar à Vida. A vivência dos vivos aqui na terra é como que um parêntesis no texto da Vida Universal; na criança, o vivo individual está no princípio, no ancião o vivo individual está no fim; a criança abriu o parêntesis, o ancião está para fechá-lo. Mas a Vida é Una, Eterna, sem princípio nem fim; a criança abriu o parênteses, o ancião está para fechá-lo. Mas a Vida é Una, Eterna, sem princípio nem fim. Não importa o tempo em que alguém entra ou sai da vivência do vivo temporário; o importante é que o homem integre a sua vivência temporária na Vida eterna, onde não há criança nem ancião. A vivência é do ego, a vida é do Eu.

A criança pode dizer ao ancião: “Eu vim da Vida, e tu voltas para a Vida”.

Esta integração do vivo na Vida não é presente de berço, nem dádiva de esquife – é uma conquista da consciência. E onde impera o livre arbítrio da conquista não há primeiro nem último; essa conquista não depende da idade do corpo, mas da idoneidade do espírito.

O invólucro ego nos foi dado para que através dele o Eu se realize plenamente (Dharma, Verdadeira Vontade, etc...).  É necessário que a alma encontre resistência no corpo, porque sem resistência não há evolução. O envolvimento da alma espiritual pelo corpo material não tem caráter punitivo, e sim evolutivo. A alma é uma emanação individual da Divindade Universal; mas essa individualidade espiritual é apenas uma potencialidade, que deve transforma-se em atualidade. A alma realizável deve realizar-se plenamente através do corpo; e essa realização se processa através da passagem pelo corpo, que, por enquanto, é grosseiramente material. A realização da alma começa no corpo material e continuará através de outros corpos não materiais, até chegar ao corpo mais sutil, que talvez é o corpo-luz. Quanto mais a alma intensificar a consciência da sua essencial identidade com o espírito divino, tanto mais se aperfeiçoa também o seu invólucro corpóreo.

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