16 de mar. de 2013

Busca da Verdade Universal


Nude in the Desert Landscape - Salvador Dalí


78 - Disse Jesus: porque ides ao deserto? Para ver o junco sacudido pelo vento? E para ver um homem envolto em finos panos? (Vede, vossos) reis e os altos dignatários são aqueles que vestem finas (roupas), no entanto, não conseguirão conhecer a Verdade.

 É sabido que estas palavras foram ditas com referência ao homem austero que era João Batista. Mas são aplicáveis a todo e qualquer homem que prefere a escravidão blandiciosa à verdade austera. Mahatma Gandhi falava de experiência própria quando dizia: “A verdade é dura como diamante, mas é delicada como flor de pessegueiro”.

É experiência geral que a transição duma vida profana para uma vida sagrada é terrivelmente dura e austera; e os que não têm a coragem para enfrentar essa “dureza diamantina” nunca chegarão a conhecer a “delicadeza flórea”, porque, no início, o caminho que conduz ao Reino de Deus é “caminho estreito e porta apertada”; somente no fim da espinhosa jornada se revela “jugo suave e peso leve”.

No princípio, o profano não está sintonizado com a nova dimensão de espírito, e o mais belo dos mundos lhe parece dissonante, por falta de sintonização do seu aparelho receptor com a estação emissora da música divina. Uma vez que o homem sintonizou a sua alma com o espírito de Deus, não há nada mais suave e encantador do que esta música.

Mas os que são como juncos frágeis agitados pelos ventos da multidão profana; os que não têm disciplina interior e temem a dureza inicial – esses jamais saborearão as delícias da verdade.

 

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