1 de fev. de 2013

O Joio e o Trigo


57 -  Jesus disse: O Reino do Pai é semelhante a um homem que semeou boa semente em seu campo. De noite, porém, veio seu inimigo e semeou erva má no meio da semente boa. O senhor do campo não permitiu que se arrancasse a erva má, para evitar que, arrancando esta, também fosse arrancada a erva boa. No dia da colheita se manifestará a erva má. Então será ela arrancada e queimada.

É esta a conhecida parábola do joio no meio do trigo, no Evangelho de Mateus. Advertência é sempre esta: Deus não quer que os maus sejam separados dos bons durante o período evolutivo dos dois. Os maus têm o mesmo direito de serem maus como os bons têm o direito de serem bons. As leis cósmicas não exterminam os maus por amor aos bons, mas deixam crescer os dois um ao lado do outro, até a total maturação deles.

Por que?

Porque a separação entre bons e maus não deve ser feita por interferência alheia; ela é feita por eles mesmos como consequência da sua evolução interna, positiva ou negativa. São os próprios bons e os próprios maus que fazem a separação definitiva; não há nenhum fator externo que intervenha; nenhum Deus externo manda os bons para o céu, nem manda os maus para o inferno; céu e inferno são o produto automático da própria evolução humana. Tanto o bem como o mal culminam no Infinito, seja no Infinito positivo do Todo (Self), seja no Infinito negativo do Nada (Ego). Os bons se integram no Eterno Existir; os maus se desintegram no eterno Inexistir.

As leis cósmicas agem com absoluta matematicidade. É o próprio homem que, por seu livre arbítrio, se integra ou se desintegra, se realiza ou se desrealiza. Nenhum suposto Deus externo é necessário para isto, como ensinam certas teologias. O Deus interno, ou o anti-Deus interno do homem é o autor do céu ou do inferno, da vida ou da morte.

Esta parábola como se vê, não identifica a sorte final dos bons e dos maus; esta sorte final é diametralmente oposta uma à outra. O que a parábola afirma claramente é que a decisão final depende do homem e não de Deus.

Aqui poderíamos repetir as palavras do poeta-filósofo inglês: “Eu sou o senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha vida”.

+ A Hipóstase dos Arcontes (A Realidade dos Regentes)
+ A Interpretação Psicológica do Kundalini Yoga


A Travessia do Abismo de Daath

Em Malkuth começa o trabalho do despertar da centelha e elevação da mesma atraves dos Sephiroth.
Malkuth pode ser comparada ao mito de Persefone (ou Proserpina entre os romanos), onde a historia do mito narra a violação de Persefone por Hades obrigando-a a seu exílio sob a Terra, assim como também o mito dos gnósticos sobre a queda de Sophia.
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Segundo Israel Regardie existem dois métodos básicos de consecução espiritual baseados no uso direto da Arvore da Vida: Um eh a meditação e o outro eh o Ritual. O objetivo de seguir esses dois processos, eh atingir o Coração da Arvore, o centro cristico nele mesmo – Tipheret, onde terah a visao e conversação do Sagrado Anjo Guardião. Os dois métodos acima referidos na verdade sao um. Assim trabalhando ele transcende o que ele pensa ser, ascendendo pelos sephiroth.
Esta subida realiza-se pela coluna do meio ou pilar do meio, isto eh, a coluna central da arvore formada por Malkuth, Yesod, Tiphareth, Daath, Kether.

No sistema oriental  isto equivale ao canal Shushuma, por onde eleva-se Kundalini. O Sushuma eh o mais importante dos Nadis e consiste no eixo ou canal central que se situa ao longo da coluna, por onde circula energia neutra. Ele eh conhecido como o sustentador do universo e o “caminho da salvacao”.

Na tradicao Greco-Romana, o caduceu de Thot eh o simbolo do segredo, tanto quanto a Serpente de Bronze erguida por Moises no Egito.
Segundo Israel Regardie, esse metodo de elevacao da Kundalini, ou de conscientizacao da Essencia, se dah atraves da conciliacao  das energies opostas na Arvore, essa conciliacao se efetua no pilar central, ou pilar do meio/equilibrio, e eh nesse equilibrio onde nasce o Filho em Tiphereth, ou seja, o dialogo com o Sagrado Anjo, o Self. Essa eh a meta e o objetivo de todo praticante de magia ou de todos aqueles que se dedicam ao auto-conhecimento, pois eh o proprio Anjo quem prepara o adepto para a proxima etapa, a travessia do abismo de Daath. 


Daath eh uma sephira oculta, invisivel, que se encontra entre Tiphereth e Kether. Daath representa o abismo que separa a nossa percepcao dual da percepcao una. Acima do abismo de Daath nao ha dualidade, abaixo do abismo tudo eh dual.

Em Daath se encontra toda a hipertrofia de toda a ilusão do Universo e de todas as esferas abaixo dele que vao de Chesed a Malkuth. Eh Visudh Chakra, o Chakra do pescoço, que segundo os Hindus, eh onde sao gerados os pensamentos. Para os Budistas aqui eh onde habita  Mara, o senhor da ilusão, ou Chorozon, o monturo de lixo do Universo de cuja travessia nasce o Magister Templi, segundo Crowley. Daath eh considerada uma “esfera que nao eh esfera”, pois sua funcao eh o desviar da atencao da verdade inexprimivel atraves do pensamento. Eh o deserto de Apep, o inimigo de Osiris que precisa ser derrotado por este ultimo para sua ressurreicao. Para os gregos era Hades, o deus do mundo ctônico, para os romanos era Plutão, o Senhor dos infernos. Aqui também estao os demônios da Goetia, os Qliphot, e os 50 nomes de Marduk.

Eh como se houvesse uma dobra na Criacao que criasse a divisao da realidade na ilusao do espaco e do tempo atraves daquilo que foi gerado em Binah, portanto Daath paira sobre o abismo na fronteira entre os mundos da criacao e da formacao.

Abaixo do abismo eh o plano da existência finita e condicionada.  O abismo eh uma regiao de tensão permanente entre o Macrocosmo e o Microcosmo, sendo a sede das forcas dissolventes que o profano conhece como demônios. Isso eh referente na bíblia segundo o qual  Cristo (o iniciado em Tipheret) deve primeiro “descer aos infernos” Qliphoticos antes de proceder aos ceus das Supernas.
Segundo Crowley, no Abismo todas as coisas existem, realmente, pelo menos em posse, porém não possuem nenhum significado possível; pois elas carecem do substrato da realidade espiritual. Elas são aparências sem Lei. Elas são, pois Ilusões Insanas. Choronzon é o Habitante do Abismo; ele é lá a obstrução final. Se ele for enfrentado com a preparação própria, então ele estará lá para destruir o ego, o que permitirá ao adepto mover-se para além do Abismo. Se não estiver preparado, então o desafortunado viajante será completamente disperso em aniquilação. “O nome do Habitante do Abismo é Choronzon, porém ele não é realmente um indivíduo.”

Para Jung a sombra tem um componente pessoal, formado pelos aspectos da psique individual que são rejeitados e recalcados pelo ego, mas além disso, o núcleo da sombra é uma estrutura arquetípica que atrai esse material e o organiza segundo uma configuração transpessoal, porque Daath é a fronteira entre o eu pessoal, imerso no espaco tempo e o plano arquetípico da realidade. É a energia aprisionada na sombra que depois de assimilada e integrada pela consciência, permite que a consciéncia se libere do ego e vá em direção ao núcleo da estrutura arquetípica da sombra, que corresponde ao Demiurgo dos gnosticos ou Choronzon.  Essa estrutura arquetípica da sombra equivale a sombra coletiva, ou sombra da Anima Mundi. Chorozon equivale ao sistema de aprisionamento que rege a sociedade, cultura e o coletivo, e que é o nucleo arquetípico que organiza a formação da sombra bem como do ego. Ele é como os filtros que estão nos chacras limitando a percepção da realidade da vida, essa estrutura que também é condicionamento também é equivalente ao Carma individual e coletivo.

alquimia3Quando da descida da substancia que emana de Binah, para os mundos formativos atraves das sephiroth abaixo do abismo, estes perdem a conexao com a energia espiritual, como que se a cada revestimento de materia, sua forma original fosse diminuida, isso se chama Kenosis, onde o arquetipo diminiu a sua potencia, ateh ficar adormecido na forma da kundalini no corpo humano. Esses mesmos sephiroth isolados se tornam como cascas vazias da essencia espiritual, se tornam como os arcontes do Mito de Sofia. O despertar na base do corpo e a consequente subida eh como quebrar o estado de sistase ou amarras de cada chakra ou sephirah, recuperar a sua potencialidade original e assim a consciencia vai se desvencilhando da irrealidade do ego e do mundo como eh percebido. Na travessia do abismo de Daath, eh onde a consciencia transcende totalmente o ego e o nucleo arquetipico que gera e dah forma a sociedade e cultura como um todo, se unindo a sua Contra-parte Espiritual de acima do abismo, recuperando e preenchendo o Ser de sua plenitude/potencia original. A consciencia se une ao Self e recupera a substancia espiritual, transformando os arcontes em Eons.
Daath tambem eh “Conhecimento”, ou seja,  a pura Gnose, e desta forma os demonios sao transformados em Deuses, recuperando a plenitude do Ser.

Fontes e Ref.  “A Arvore da Vida” – Israel Regardie;  “A Cabala Mistica” – Dion Fortune; Ocultura; O Franco Atirador.
 Post Original:  http://anoitan.wordpress.com





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