18 de dez. de 2012

Reencarnação


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23 - Disse Jesus: eu vos escolherei na razão de um em mil, dois em dez mil, e sereis todos como um só.

O homem sensorial é pluralista.
O homem mental é dualista.
O homem espiritual é unista ou monista.

Pelos sentidos o homem percebe o Universo como uma imensa diversidade sem a menor unidade.
Pela inteligência, o homem analisa o Universo como uma dualidade entre causa e efeito.
Pela razão espiritual o homem intui o Universo como uma Essência Una e Única que se manifesta em existências múltiplas.

O homem univérsico, o homem da cosmo-visão, existe e sempre existiu sobre a face da terra, mas é ainda uma pequena elite; a grande massa é ainda pluralista ou dualista. O homem monista é apenas 1 entre 1.000, ou 2 entre 10.000.

Esta visão monista começa, quase sempre, como monismo unitário, como uma visão do Uno no Uno, como uma experiência mística da Essência Única da Divindade Divina, da Realidade solitária. Pouco a pouco, o monismo unitário se expande num monismo diversitário, como Realidade Univérsica, como o Deus do mundo no mundo de Deus; o misticismo unilateral se desdobra em mística onilateral; a consciência mística desabrocha em consciência cósmica.

O homem de consciência cósmica vê Deus no mineral, no vegetal, no animal  no hominal. Vê a única essência transcendental como existência imanente, inconsciente no mineral, subconsciente no vegetal, semi-consciente no animal, ego-consciente no homem intelectual – e pleni-consciente no homem racional.

Esta longuíssima jornada ascensional do ser humano tem o seu início aqui no jardim de infância do planeta terra; mas continuará, por milhares de anos, séculos e milênios, através das muitas estâncias que há na casa do Pai celeste, nesse Universo de incomensurável grandeza e amplitude.

Quanto mais o homem progride nessa jornada evolutiva rumo à Essência Una, mais ele se une aos outros companheiros de jornada, até finalmente se tornar Uno com os outros.

Se Sócrates, Platão e Jesus, escreve Santo Agostinho, se tivessem encontrado, teriam harmonizado admiravelmente em suas ideias.

Uma só é a Verdade, muitos são os caminhos que conduzem à Verdade. Um viajor que vem do norte parece ser contrário ao que vem do sul; um viajor que vem do leste parece ser adversário de outro que vem do oeste. Entretanto, todos são unidos quando vistos do centro, embora pareçam desunidos e contrários quando contemplados da periferia.

“Creio na comunhão dos Santos”, diz um dos artigos do Credo Apostólico. A comunhão dos santos é a convergência dos viajores rumo à Verdade única; é a complementaridade de todos os pólos aparentemente contrários.

A divergência é da massa – a convergência é da elite.
A discórdia é dos muitos – a concórdia é dos poucos.

Hoje em dia está crescendo notavelmente a elite e diminuindo a massa. Cada vez maior é a fome da religião – e cada vez maior é o fastio das religiões.

Quanto mais o homem se aproxima de Deus, tanto mais o homem se aproxima dos outros homens.
Quanto mais crescer a consciência mística da paternidade única de Deus, tanto mais crescerá a vivência ética da fraternidade dos homens.

A verdadeira mística transborda em verdadeira ética.

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