"O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são." Pitágoras |
29 - Disse Jesus: se a carne veio a existir por causa do espírito, isto é uma maravilha; mas se o espírito veio a existir por causa dela, é a maravilha das maravilhas. Mas o que me maravilha é como essa grande riqueza fez morada em tal pobreza.
O corpo humano é produto do espírito – e que produto maravilhoso!
Mas, será que a nossa alma é produto do corpo? À primeira vista, parece que não. E, no entanto, também este paradoxo é um fato ainda mais maravilhoso do que aquele. Sem o nosso corpo, a alma não se teria evolvido. Antes da nossa encarnação, o nosso espírito era espírito, um espírito individual, emanado do Espírito Universal da Divindade. Mas, antes da nossa encarnação, o nosso espírito não era alma, não era anima, porque ainda não animava o nosso corpo. Desde a nossa encarnação terrestre, o nosso espírito é a alma que anima a matéria do nosso corpo.
E que maravilha a nossa alma fez do nosso corpo! Quanto mais estudamos os componentes do nosso corpo, o coração, os pulmões, as vias digestivas, o cérebro, os nervos, as células, as moléculas, os átomos, o nosso sentir e pensar, o nosso querer e amar – tanto mais estupefatos nos quedamos em face desse universo em miniatura, que é o homem.
Mas a nossa estupefação atinge a sua culminância quando nos tornamos plenamente conscientes desse paradoxo dos paradoxos: porque tamanha riqueza espiritual foi habitar tamanha pobreza material, transformando a impotência da matéria na potência do espírito.
Parece que a Divindade creadora quis dar uma prova da sua onipotência, reunindo em síntese tão flagrantes antíteses como espírito e matéria, luz e treva, vida e morte, atividade e passividade.
Em face disto, exclama o Salmista: “Que é o homem, Senhor, que dele te lembres? E o Filho do homem que o visites? Pouco abaixo dos anjos o colocaste, de honras e glórias o coroaste e o constituíste sobre as obras das tuas mãos”.
E Paulo afirma que o corpo humano é o templo do Espírito Santo, habitáculo da própria Divindade.
Que grande sabedoria vemos em Jesus, que nunca hipertrofiou nem atrofiou o seu corpo, mas sempre manteve perfeita harmonia entre o santuário do seu corpo e o espírito que habita nesse santuário. Ele, o “homem sem pecado”, era também o homem sem doença; ele, o homem perfeito, o homem cósmico, o homem integral.
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