108 – Disse Jesus: Aquele que beber de minha boca tornar-se-á como eu, e eu
mesmo tornar-me-ei ele, e todas as coisas ocultas ser-lhe-ão desveladas.
Palavras como estas visam unicamente os iniciados.
Que quer dizer “beber da boca de Jesus”? Não é sorver as palavras do Mestre e assimilar o espírito do Cristo?
E, se o discípulo se cristificar totalmente, não será o Mestre como o discípulo, e o discípulo como o Mestre? E não poderá o discípulo dizer: As obras que eu faço é o Mestre que as faz em mim?
Quem entra na consciência cósmica sente-se totalmente Uno com Deus, Uno com os homens, Uno com todas as creaturas do Universo. A ilusão das diversidades vem da ego-consciência; a verdade da unidade é da cosmo-consciência.
Quando a cosmo-consciência ou Cristo-consciência, desperta no homem, o homem se integra no Todo da Divindade, sem diluir a sua individualidade humana. O verdadeiro “nirvana” não é uma diluição ou dissolução do homem em Deus, mas uma perfeita integração individual na Divindade Universal; é uma eternização do homem no Eterno.
A consciência Cristo-cósmica é uma invasão da alma do Universo na alma do homem, o que só acontece quando o homem se torna cosmo-invadível, realizando em si uma perfeita ego-vacuidade em face da cosmo-plenitude. Segundo leis infalíveis, onde há uma vacuidade acontece uma plenitude. Neste sentido diz Jesus “de mim mesmo eu nada posso fazer; quem faz as obras é o Pai que em mim está”.
E então todas as coisas ocultas anteriormente serão manifestas ao homem. O homem Cristo-cosmificado se torna onisciente e onipotente por participação.
Entretanto, nada disto é dizível, nem mesmo pensável. A verdade suprema habita no eterno silêncio do “terceiro Céu”, onde Paulo ouviu os “ditos indizíveis”.
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