104 - Eles disseram a ele: Vem, vamos hoje orar e jejuar. Disse Jesus: Qual
foi o pecado que cometi, ou em que fui derrotado? Quando o noivo houver
saído da câmara nupcial, aí então que orem e que jejuem.
Por entre as linhas destas palavras adivinha o clarividente a grande e quase ignota verdade do sofrimento crédito. Evidentemente os que fazem o convite para oração e jejum só conhecem sofrimento débito. Pela oração e pelo jejum querem eles pagar o karma dos seus pecados. E convidam o “homem sem pecado” a se associar a essa expiação.
Jesus, porém, lhes faz ver que ele não necessita de pagar débitos. E, apesar disto, sabemos que ele orava muito e jejuou 40 dias e noites consecutivos. Por que?
Evidentemente, não para pagar débitos, nem próprios nem alheios, tanto assim que a Epístola aos Hebreus afirma explicitamente que Jesus sofreu como nós, embora fosse sem pecados. As nossas teologias inventaram que Jesus sofreu para pagar débitos dos nossos pecados, quer dizer que sofreu para pagar débitos alheios. Ele mesmo, porém, nada sabe de um sofrimento punitivo; só conhece sofrimento evolutivo.
Aos discípulos de Emaús diz Jesus que ele devia sofrer tudo aquilo “para entrar em sua glória”, isto é, para seu aperfeiçoamento, para sua realização crística.
No texto presente, afirma ele mesmo: Ele vai orar e jejuar quando vier o Esposo, quando ele tiver anseios de maior cristificação e entrar numa glória ainda maior do que aquela em que já estava.
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